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O Brasil é um país de peculiaridades e bastante diverso em sua gente e sua cultura. A sua peculiaridade principal reside no fato de ter sido formado originalmente por três raças bastantes distintas: o branco europeu, o negro africano e o índio, que neste lugar já habitava como nativos da região. Elementos da cultura destes três povos se imiscuíram em um só lugar, de extensão continental, como é esse imenso país, formando uma variada cultura dos mais diversos aspectos. Assim, seja na linguagem, um português, mas repleto de termos de origem indígena e africana; seja na culinária, em que iguarias indígenas e também africanas foram associadas à cozinha dos colonizadores; na produção artística, como por exemplo, na música, onde instrumentos indígenas e africanos e europeus são usados nestas criações; e até mesmo na religiosidade, onde elementos de religião afro estão miscigenados com o cristianismo, trazido pelos portugueses, e temos até uma religião própria do país, constituída por elementos destas três raças, como a Umbanda, que além dos elementos da religião dos colonizadores estão associados elementos da religiosidade afro e também da indígena. Outro fator da peculiaridade do Brasil vem da miscigenação destes três povos, o que faz a ocorrência dos tipos mais diversos na pele, no cabelo, nos traços físicos em geral ; temos desde a pele mais clara à mais escura, do cabelo mais crespo ao mais liso entre a sua população: mulatos, sararás, mamelucos, etc. são as variadas denominações dos frutos dessa miscigenação. Podemos citar ainda como peculiaridade deste curioso país a língua portuguesa, sendo o único país de língua portuguesa das Américas, desde que, diferentemente dos seus vizinhos, que foram colonizados pelos espanhóis, o Brasil foi uma colônia de Portugal. Desta forma é que o Brasil se faz um país peculiar e curioso aos olhos do mundo, pelo seu diferencial de pluralidade, mas que também tem inteligências internacionalmente reconhecidas e admiradas, ainda que não tenhamos até então um Oscar ou um Nobel.

Mas o Brasil além de ser conhecido no mundo como um país exótico, peculiar, de talentos e inteligências admiráveis é também um país que enternece e causa espanto por aspectos uns e outros que se ressaltam aqui e ali devido a grandiosos problemas com que convive. Um dos mais grandiosos problemas é o grande contingente de pobres, de miseráveis, de favelas, de moradores de rua, de bandidos, inclusive entre eles os políticos corruptos, que só fazem com suas atitudes corruptas piorar a situação desse povo necessitado, quando embolsam o dinheiro que poderia minorar seu sofrimento. Por outro lado, também há alguns milionários e muitos que vivem de forma mais abastada em prédios, mansões e condomínios cinematográficos de primeiro mundo. O grande problema do Brasil é a gritante desigualdade social ; a sua distribuição de renda desigual, o que está na gênese dos seus mais graves problemas, como a violência desenfreada, por exemplo.

Estamos vivendo no entanto um tempo de esperança quando vemos políticos corruptos atrás das grades e políticas voltadas para minorar o sofrimento dos despossuídos e até de encaminhamento destes para uma vida mais digna, e até de conquistas. Torcemos para que estejamos a construir assim um novo Brasil, sem os tantos problemas com que convive a maior parte da sua população e que tantos outros problemas causam direta ou indiretamente aos seus cidadãos, mesmo os das classes mais privilegiadas.

Em “Cantos do Brasil” , através de expressões artísticas musicais do seu próprio povo vamos evidenciar o Brasil num propósito cultural, educacional, reflexivo, apontando aqui e ali sua natureza e problemática. O objetivo aqui é expor o Brasil para o próprio brasileiro ver e se ver nele, se conscientizando dos aspectos que envolvem sua problemática e, quem sabe até, com essa conscientização, poder compreender-se melhor e agir de modo a ajudar esse imenso país a encontrar o seu rumo de crescimento com justiça social e paz. Propomos aqui que o brasileiro veja e compreenda o seu próprio país.

E Viva o Brasil ! E Viva os brasileiros ! E que por nós , o Brasil possa contribuir com um mundo melhor.

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Brasil e Natureza Exuberante


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Canta Brasil
                                    Francisco Alves

As selvas te deram nas noites teus ritmos bárbaros
E os negros trouxeram de longe reservas de pranto
Os brancos falaram de amor em suas canções
E dessa mistura de vozes nasceu o teu canto

Brasil,
Minha voz enternecida
Já adorou os teus brasões
Na expressão mais comovida
Das mais ardentes canções
Também na beleza desse céu
Onde o azul é mais azul
Na aquarela do Brasil
Eu cantei de norte a sul
Mas agora o teu cantar
Meu Brasil quero escutar
Nas preces da sertaneja
Nas ondas do rio-mar
Oh,esse rio turbilhão
Entre selvas de rojão
Continente a caminhar

No céu,no mar,na terra
Canta Brasil.
No céu,no mar,na terra
Canta Brasil.



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Aquarela Do Brasil
Ari Barroso


Brasil!
Meu Brasil Brasileiro
Meu mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingar
O Brasil do meu amor
Terra de Nosso Senhor...

Abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do cerrado
Bota o rei congo no congado
Canta de novo o trovador
A merencória à luz da lua
Toda canção do seu amor
Quero ver essa dona caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado...

Esse coqueiro que dá coco
Oi! Onde amarro minha rede
Nas noites claras de luar
Por essas fontes murmurantes
Onde eu mato a minha sede
Onde a lua vem brincar
Esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil Brasileiro
Terra de samba e pandeiro...

Brasil!
Terra boa e gostosa
Da morena sestrosa
De olhar indiferente
Brasil, samba que dá
Para o mundo se admirar
O Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor...

Abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do cerrado
Bota o rei congo no congado
Canta de novo o trovador
A merencória à luz da lua
Toda canção do seu amor
Huuum!
Essa dona caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado...

Esse coqueiro que dá coco
Onde amarro minha rede
Nas noites claras de luar
Por essas fontes murmurantes
Onde eu mato a minha sede
Onde a lua vem brincar
Huuum!
Esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil Brasileiro
Terra de samba e pandeiro...

Brasil!
Meu Brasil Brasileiro
Mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingar
O Brasil do meu amor
Terra de Nosso Senhor...

Abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do cerrado
Bota o rei congo no congado
Canta de novo o trovador
A merencória à luz da lua
Toda canção do seu amor
Quero ver essa dona caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado...




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País Tropical
Jorge Ben Jor


Moro num país tropical, abençoado por Deus
E bonito por natureza (mas que beleza)
Em fevereiro (em fevereiro)
Tem carnaval (tem carnaval)

Eu tenho um fusca e um violão
Sou Flamengo
Tenho uma nêga
Chamada Tereza

Sambaby
Sambaby

Sou um menino de mentalidade mediana
(Pois é) mas assim mesmo sou feliz da vida
Pois eu não devo nada a ninguém
(Pois é) pois eu sou feliz
Muito feliz comigo mesmo

Moro num país tropical, abençoado por Deus
E bonito por natureza (mas que beleza)
Em fevereiro (em fevereiro)
Tem carnaval (tem carnaval)

Eu tenho um fusca e um violão
Sou Flamengo
Tenho uma nêga
Chamada Tereza

Sambaby
Sambaby

Eu posso não ser um band leader
(Pois é) mas assim mesmo lá em casa
Todos meus amigos, meus camaradinhas me respeitam
(Pois é) essa é a razão da simpatia
Do poder, do algo mais e da alegria

Moro num país tropical, abençoado por Deus
E bonito por natureza (mas que beleza)
Em fevereiro (em fevereiro)
Tem carnaval (tem carnaval)

Eu tenho um fusca e um violão
Sou Flamengo
Tenho uma nêga
Chamada Tereza

Mó num pa tropí
Abençoá por Dê
E boní por naturê (mas que belê)
Em feverê (em feverê)
Tem carná (tem carná)

Eu tenho um fu e um viô

Sou Flamê
Tê uma nê
Chamá Terê
Sou Flamê
Tê uma nê
Chamá Terê

Do meu Brasil

Moro num país tropical, abençoado por Deus
E bonito por natureza (mas que beleza)
Em fevereiro (em fevereiro)
Tem carnaval (tem carnaval)

Eu tenho um fusca e um violão
Sou Flamengo
Tenho uma nêga
Chamada Tereza

Moro num país tropical, abençoado por Deus
E bonito por natureza (mas que beleza)
Em fevereiro (em fevereiro)
Tem carnaval (tem carnaval)

Eu tenho um fusca e um violão
Sou Flamengo
Tenho uma nêga
Chamada Tereza

Moro num país tropical, abençoado por Deus
E bonito por natureza (mas que beleza)
Em fevereiro (em fevereiro)
Tem carnaval (tem carnaval)

Sou Flamengo
E tenho uma nêga
Chamada Tereza


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Imagem relacionada




















Brazil Com S
Rita Lee

Quando Cabral descobriu no Brasil o caminho das índias
Falou ao Pero Vaz para a caminha escrever para o rei
"Que terra linda assim não há
Com ticos-ticos no fubá
Quem te conhece não esquece
Meu Brazil é com S"

O caçador de esmeraldas achou uma mina de ouro
Carumurú deu chabú e casou com a filha do Pajé
Terra de encanto amor e sol
Não fala inglês nem espanhol
Quem te conhece não esquece
Meu Brazil é com S

E pra que gosta de boa comida aqui é prato cheio
Até Dom Pedro abusou do tempero e não se segurou
Oh" natureza generosa
Está com tudo e não está prosa
Quem te conhece não esquece
Meu Brazil é com S

Na minha terra onde tudo na vida se dá um jeitinho
Ainda hoje invasores namoram a tua beleza
Que confusão veja você
No mapa-múndi está com Z
Quem te conhece não esquece
Meu Brazil é com S




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Resultado de imagem para maravilha de cenário martinho da vila
Aquarela Brasileira
Martinho da Vila
  
Vejam essa maravilha de cenário:
É um episódio relicário,
Que o artista, num sonho genial
Escolheu para este carnaval.
E o asfalto como passarela
Será a tela do Brasil em forma de aquarela.
Passeando pelas cercanias do Amazonas
Conheci vastos seringais.
No Pará, a ilha de Marajó
E a velha cabana do Timbó.
Caminhando ainda um pouco mais
Deparei com lindos coqueirais.
Estava no Ceará, terra de irapuã,
De Iracema e Tupã
Fiquei radiante de alegria
Quando cheguei na Bahia...
Bahia de Castro Alves, do acarajé,
Das noites de magia do Candomblé.
Depois de atravessar as matas do Ipu
Assisti em Pernambuco
A festa do frevo e do maracatu.
Brasília tem o seu destaque
Na arte, na beleza, arquitetura.
Feitiço de garoa pela serra!
São Paulo engrandece a nossa terra!
Do leste, por todo o Centro-Oeste,
Tudo é belo e tem lindo matiz.
No Rio dos sambas e batucadas,
Dos malandros e mulatas
De requebros febris.
Brasil, essas nossas verdes matas,
Cachoeiras e cascatas de colorido sutil
E este lindo céu azul de anil
Emoldura em aquarela o meu Brasil.



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Manhã Brasileira
Manacéia

Quando amanhece O céu resplandece Os raios do sol a brilhar Os passarinhos começam a cantar Anunciando a manhã brasileira Gorjeando sobre a mais alta palmeira Todos cantam com alegria Como é tão lindo ver o romper do dia De manhã, quando desperto Aprecio a alvorada Como é linda a madrugada Deus fez de mim um poeta Escrevi em linhas retas Essas rimas todas certas


Brasil Político-Social


Análise da canção: http://letrasehumanidades2011.blogspot.com.br/2011/11/analise-da-cancao-de-chico-buarque-vai.html

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Vai Passar
Chico Buarque de Holanda

Vai passar nessa avenida um samba popular
Cada paralelepípedo da velha cidade essa noite vai se arrepiar
Ao lembrar que aqui passaram sambas imortais
Que aqui sangraram pelos nossos pés
Que aqui sambaram nossos ancestrais

Num tempo página infeliz da nossa história
Passagem desbotada na memória
Das nossas novas gerações
Dormia a nossa pátria mãe tão distraída
Sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações

Seus filhos erravam cegos pelo continente
Levavam pedras feito penitentes
Erguendo estranhas catedrais
E um dia, afinal tinham direito a uma alegria fugaz
Uma ofegante epidemia que se chamava carnaval
O carnaval, o carnaval (Vai passar)

Palmas pra ala dos barões famintos
O bloco dos napoleões retintos
E os pigmeus do bulevar
Meu Deus, vem olhar
Vem ver de perto uma cidade a cantar
A evolução da liberdade
Até o dia clarear

Ai, que vida boa, olerê
Ai, que vida boa, olará
O estandarte do sanatório geral vai passar
Ai, que vida boa, olerê,  ai, que vida boa, olará
O estandarte do sanatório geral vai passar



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Que País É Este
Legião Urbana


Nas favelas, no Senado
Sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a Constituição
Mas todos acreditam no futuro da nação

Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?

No Amazonas, no Araguaia-ia-ia
Na baixada fluminense
Mato Grosso, Minas Gerais
E no Nordeste tudo em paz

Na morte eu descanso
Mas o sangue anda solto
Manchando os papéis
Documentos fiéis
Ao descanso do patrão

Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?

Terceiro mundo se for
Piada no exterior

Mas o Brasil vai ficar rico
Vamos faturar um milhão
Quando vendermos todas as almas
Dos nossos índios num leilão

Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?


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Resultado de imagem para Raimundo Sodré real


Filho da Mãe 
Raimundo Sodré

Bahia começa com b 
Brasil começa também 
Bahia é a mãe do Brasil 
Sem querer ofender a ninguém 
Baiano é filho da mãe 
E o Brasil é um grande neném 
Só tem tamanho, ó sinhô 
Só tem tamanho, ó sinhá 
Foi na Bahia que Cabral desceu 
Com a gente do seu navio 
Foi na Bahia que aconteceu 
A primeira Brasília que se viu 
Foi na Bahia que tudo se deu 
Não foi em São Paulo e nem foi no Rio 
É que Cabral descobriu a Bahia 
Meu depois é que veio o Brasil 
Se você inda duvida meu chapa 
Ou se é que ainda não viu 
Pois então olhe ali no mapa 
Olhe a Bahia olhe o Brasil 
Repare bem o formato 
Compare bem o perfil 
E agora me diga de fato 
Se os dois não são um retrato 
De uma mamãe e seu "fio" só tem tamanho.



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Samba do Crioulo Doido
Sergio Poroto ( Stanislaw Ponte Preta )


Este é o samba do crioulo doido.
A história de um compositor que durante muitos anos obedeceu o regulamento,
E só fez samba sobre a história do brasil.
E tome de incofidência, abolição, proclamação, chica da silva, e o coitado
Do crioulo tendo que aprender tudo isso para o enredo da escola.
Até que no ano passado escolheram um tema complicado: a atual conjuntura.
Aí o crioulo endoidou de vez, e saiu este samba:

Foi em diamantina onde nasceu j.k.
E a princesa leopoldina lá resolveu se casar
Mas chica da silva tinha outros pretendentes
E obrigou a princesa a se casar com tiradentes
Laiá, laiá, laiá, o bode que deu vou te contar

Joaquim josé, que também é da silva xavier
Queria ser dono do mundo
E se elegeu pedro segundo
Das estradas de minas, seguiu p'rá são paulo
E falou com anchieta
O vigário dos índios
Aliou-se a dom pedro
E acabou com a falceta
Da união deles dois ficou resolvida a questão
E foi proclamada a escravidão

Assim se conta essa história
Que é dos dois a maior glória
A leopoldina virou trem
E dom pedro é uma estação também
Oô, oô, oô, o trem té atrasado ou já passou



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Exaltação a Tiradentes
Mano Décio da Viola, Penteado e Estanislau Silva.




Joaquim José da Silva Xavier
Morreu a vinte e um de abril
Pela independência do Brasil
Foi traído e não traiu jamais
A Inconfidência de Minas Gerais
Foi traído e não traiu jamais
A Inconfidência de Minas Gerais

Joaquim José da Silva Xavier
Era o nome de Tiradentes
Foi sacrificado pela nossa liberdade
Este grande herói
Para sempre há e ser lembrado




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Resultado de imagem para plebe rude o concreto já rachou

Até Quando Esperar
Plebe Rude

Não é nossa culpa nascemos já com uma bênção
Mas isso não é desculpa pela má distribuição

Com tanta riqueza por aí, onde é que está 
Cadê sua fração? 

Até quando esperar?

E cadê a esmola que nós damos
Sem perceber?
Que aquele abençoado
Poderia ter sido você

Com tanta riqueza por aí, onde é que está
Cadê sua fração? 

Até quando esperar a plebe ajoelhar 
Esperando a ajuda de Deus 

Posso vigiar teu carro, te pedir trocados,
Engraxar seus sapatos? 

Não é nossa culpa nascemos já com uma bênção,
Mas isso não desculpa pela má distribuição

Com tanta riqueza por aí, onde é que está
Cadê sua fração?

Até quando esperar a plebe ajoelhar
Esperando a ajuda de Deus

Até quando esperar a plebe ajoelhar 
Esperando a ajuda de um divino Deus


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Resultado de imagem para dia dorin noite neon
Nos barracos da cidade
Ninguém mais tem ilusão
No poder da autoridade
De tomar a decisão
E o poder da autoridade
Se pode não faz questão
Mas se faz questão nao consegue enfrentar o tubarão

gente estúpida!
Gente hipócrita!

Nos barracos da cidade
Ninguém mais tem ilusão
No poder da autoridade
De tomar a decisão
E o poder da autoridade
Se pode não faz questão
Só fode a população
O governador promete mas não toma decisão
Os lucros são muito poucos ninguém quer abrir mão
Uma parte pequena já seria a solução
Mas no barraco tá faltando feijão

E o governador promete
Só promete na eleição
Mas o sistema diz não
Os lucros são muito grandes e ninguém quer abrir mão
E mesmo uma pequena parte já seria a solução
Mas a usura dessa gente já virou um aleijão

Gente estúpida!
Gente hipócrita!


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Resultado de imagem para jogo de caipira zeca pagodinho
Jogo de Caipira
Zeca Pagodinho


Isso aqui tá um jogo de caipira
Quem tem bota banca, parceiro
Quem não tem se vira
Quem não tem se vira
Mas quem não tem se vira
Cisco em olho de cego é remela
Ele ou ela sem dente é banguela
Mas nem tudo de coco é cocada
Nem focinho de porco é tomada
Se a velhice um dia foi criança
E a saudade ia além de Barra Mansa
Não adianta choro, parceiro
Que nesse jogo só ganha o banqueiro
Isso aqui tá um jogo de caipira...
Bode tem chifre mas não é touro
Mulato é sarará, não é louro
Morro é morro, favela é favela
Tranca é tranca, tramela é tramela
Toda vida é o começo da morte
Todo azar é o inverso da sorte
Não adianta choro, parceiro
Que nesse jogo só ganha o banqueiro
Isso aqui tá um jogo de caipira...
Nem todo pau que boia é jangada
Quem põe pobre pra frente é topada
Violino de pobre é rabeca
Calça curta de velho é cueca
O que engorda leitão é farelo
Quem dá soco no prego é martelo
Não adianta choro, parceiro
Que nesse jogo só ganha o banqueiro
Isso aqui tá um jogo de caipira...


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14 Anos
Paulinho da Viola


Tinha eu 14 anos de idade
Quando meu pai me chamou (quando meu pai me chamou)
Perguntou se eu não queria
Estudar filosofia
Medicina ou engenharia
Tinha eu que ser doutor

Mas a minha aspiração
Era ter um violão
Para me tornar sambista
Ele então me aconselhou
Sambista não tem valor
Nesta terra de doutor
E seu doutor
O meu pai tinha razão

Vejo um samba ser vendido
E o sambista esquecido,
O seu verdadeiro autor
Eu estou necessitado
Mas meu samba encabulado
Eu não vendo não senhor



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Vítimas da Sociedade
Bezerra da Silva


Se vocês estão a fim de prender o ladrão
Podem voltar pelo mesmo caminho
O ladrão está escondido lá embaixo
Atrás da gravata e do colarinho
O ladrão está escondido lá embaixo
Atrás da gravata e do colarinho

Só porque moro no morro
A minha miséria a vocês despertou
A verdade é que vivo com fome
Nunca roubei ninguém, sou um trabalhador
Se há um assalto à banco
Como não podem prender o poderoso chefão
Aí os jornais vêm logo dizendo que aqui no morro só mora ladrão

Se vocês estão a fim de prender o ladrão
Podem voltar pelo mesmo caminho
O ladrão está escondido lá embaixo
Atrás da gravata e do colarinho
O ladrão está escondido lá embaixo
Atrás da gravata e do colarinho

Falar a verdade é crime
Porém eu assumo o que vou dizer
Como posso ser ladrão
Se eu não tenho nem o que comer
Não tenho curso superior
Nem o meu nome eu sei assinar
Onde foi se viu um pobre favelado
Com passaporte pra poder roubar

Se vocês estão a fim de prender o ladrão
Podem voltar pelo mesmo caminho
O ladrão está escondido lá embaixo
Atrás da gravata e do colarinho
O ladrão está escondido lá embaixo
Atrás da gravata e do colarinho

No morro ninguém tem mansão
Nem casa de campo pra veranear
Nem iate pra passeios marítimos
E nem avião particular
Somos vítimas de uma sociedade
Famigerada e cheia de malícias
No morro ninguém tem milhões de dólares
Depositados nos bancos da Suíça

Se vocês estão a fim de prender o ladrão
Podem voltar pelo mesmo caminho
O ladrão está escondido lá embaixo
Atrás da gravata e do colarinho
O ladrão está escondido lá embaixo
Atrás da gravata e do colarinho



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Resultado de imagem para Gabriel, o Pensador Seja Você Mesmo (mas não Seja sempre o Mesmo)
Pega Ladrão
Gabriel O Pensador 
- Vossa Excelência, agora explique, mas não complique!
- Vossa Excelência, eu já expliquei! Eu não vi essa lista.
Eu afirmo com a mais absoluta certeza e sinceridade
Que eu nunca vi essa lista!
Não sei dessa lista, não quero saber e tenho raiva de quem sabe!
Quem disser que eu vi essa lista é um mentiroso,
E vai ter que provar! E se provar, vai se ver comigo!"

Pega ladrão! No Governo!
Pega ladrão! No Congresso!
Pega ladrão! No Senado!
Pega lá na Câmara dos Deputados!
Pega ladrão! No Palanque!
Pega ladrão! No Tribunal!
É por causa desses caras
Que tem gente com fome
Que tem gente matando
Etc e tal...

Pega, pega!
Pega, pega ladrão!
Pega, pega!
Pega, pega ladrão!
Pega, pega
Pega, pega ladrão!
A miséria só existe porque tem corrupção!
Pega, pega!
Pega, pega ladrão!
Pega, pega!
Pega, pega ladrão!
Pega, pega
Pega, pega ladrão!
Tira do Poder, Bota na prisão!

E você que é um simples mortal
Levando uma vidinha legal
Alguém já te pediu 1 real?
Alguém já te assaltou no sinal?
Você acha que as coisas vão mal?
Ou você tá satisfeito?
Você acha que isso é tudo normal?
Você acha que o país não tem jeito?
Aqui não tem terremoto
Aqui não tem vulcão
Aqui tem tempo bom
Aqui tem muito chão
Aqui tem gente boa
Aqui tem gente honesta
Mas no poder é que tem gente que não presta

"Eu fui eleito e represento o povo brasileiro.
Confie em mim que eu tomo conta do dinheiro."

Pega, pega!
Pega, pega ladrão!
Pega, pega!
Pega, pega ladrão!
Pega, pega
Pega, pega ladrão!
A miséria só existe porque tem corrupção!
Pega, pega!
Pega, pega ladrão!
Pega, pega!
Pega, pega ladrão!
Pega, pega
Pega, pega ladrão!
Tira do Poder, Bota na prisão!

Tira esse malandro do poder executivo!
Tira esse malandro do poder judiciário!
Tira esse malandro do poder legislativo!
Tira do poder que eu já cansei de ser otário!
Tira esse malandro do poder municipal!
Tira esse malandro do governo estadual!
Tira esse malandro do governo federal!
Tira a grana deles e aumenta o meu salário!

"- Tá vendo essa mansão sensacional?
Comprei com o dinheiro desviado do hospital.
- Ah! E o meu cofre cheio de dólar?
É o dinheiro que seria pra fazer mais uma escola.
- Precisa ver minha fazenda! Comprei só com o dinheiro da merenda!
- E o meu filhão? Um milhão só de mesada!
E tudo com o dinheiro das crianças abandonadas.
- E a minha esposa não me leva à falência
Porque eu tapo esse buraco com o rombo da Previdência.
- Vossa excelência, cê não viu meu avião?
Comprei com uma verba que era pra construir prisão!
- E a superlotação?
- Problema do povão! Não temos imunidade? Pra nós não pega não."

Pega, pega!
Pega, pega ladrão!
Pega, pega!
Pega, pega ladrão!
Pega, pega
Pega, pega ladrão!
A miséria só existe porque tem corrupção!
Pega, pega!
Pega, pega ladrão!
Pega, pega!
Pega, pega ladrão!
Pega, pega
Pega, pega ladrão!
Tira do Poder, Bota na prisão!

A miséria só existe porque tem corrupção
Desemprego só aumenta porque tem corrupção
Violência só explode porque tem tanta miséria e desemprego
Porque tem tanta corrupção!

"Todos que me conhecem sabem muito bem que eu não admito
O enriquecimento do pobre e o empobrecimento do rico."

E você, que nasceu nesse país
E que sonha e que sua pra ser feliz
Você presta atenção no que o candidato diz?
Ou cê vota em qualquer um, seu babaca?
E depois da eleição você cobra resultado?
Ou fica ai parado de braço cruzado?
Cê lembra em quem votou pra deputado?
E quem você botou lá no Senado?

Pega, pega!
Pega, pega ladrão!
Pega, pega!
Pega, pega ladrão!
Pega, pega
Pega, pega ladrão!
A miséria só existe porque tem corrupção!
Pega, pega!
Pega, pega ladrão!
Pega, pega!
Pega, pega ladrão!
Pega, pega
Pega, pega ladrão!
Tira do Poder, Bota na prisão!

"- Como vocês suspeitavam, eu realmente vi essa lista.
Eu vi, mas não li. E digo mais, eu engoli.
Pra que ninguém lesse também. E foi com a melhor das intenções.
Burlei a Lei, mas com toda honestidade!
- Vossa Excelência engoliu a lista?
- Bem, eu a coloquei para dentro do meu organismo,
Num lugar seguro e escuro. De modo que pra todos os efeitos,
Sendo assim desta maneira, eu me reservo ao direito
De não dizer nada mais. Tá tudo publicado nos anais.
- Mas ontem o senhor falou que não viu a lista.
Hoje o senhor fala que viu a lista. E amanhã o senhor...
- Ah! Amanhã ninguém lembra mais!
E o caso da lista vai entrar prá lista dos casos,
Os casos que ficaram pra trás..."



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Nunca Serão
Gabriel O Pensador



Eu caminhava no meu Rio de Janeiro quando alguém me parou e falou:

"Aê parceiro, me dá tua mão que eu quero ver se tá com cheiro

Porque eu sou um cara honesto e detesto maconheiro"

Eu tinha acabado de sair do banheiro e dei a mão pra ele cheirar

Mas foi uma cena bisonha

Ele cheirou a minha mão por um tempo e eu disse:

Espera, tu não é o Capitão Nascimento?

Que vergonha, meu capitão

Procurando maconha no calçadão

Qual é a tua missão?

Eu vi teu filme mas não me leva a mal

Não me tortura assim não que eu sou um cara legal

Em certas coisas eu concordo contigo

Mas não é assim que você vai achar os grandes bandidos

Esse país tá fodido




Ele falou: "Eu sei disso

Quando eu entrei na PM, eu assumi um compromisso, eu luto pela justiça"

Eu também

Sem justiça não tem paz e sem paz eu sou refém

A injustiça é cega e a justiça enxerga bem

Mas só quando convém

A lei é do mais forte, no Bope ou na Febem

Na boca ou no Supremo

Que justiça a gente tem, que justiça nós queremos?




Os corruptos cassados?

Nunca serão!

Cidadãos bem informados?

Nunca serão!

Hospitais bem equipados?

Nunca serão! Nunca serão!! Nunca serão!!!




Os impostos bem usados?

Nunca serão!

Os menores educados?

Nunca serão!

Todos alfabetizados?

Nunca serão! Nunca serão!! Nunca serão!!!




Capitão, não sei se você soube dessa história

Que rolou num povoado peruano se não me falha a memória

Um político foi morto pelo povo

Um corrupto linchado por um povo que cansou de desrespeito

E resolveu fazer justiça desse jeito

Foi um linchamento, foi um mau exemplo

Foi um mau exemplo mas não deixa de ser um exemplo

Eu sou contra a violência mas aqui a gente peca por excesso de paciência

Com o "rouba mas faz" dos verdadeiros marginais

Chamados de "doutor" e "vossa excelência"

Cujos nomes não preciso dizer

A imprensa publica, mas tudo indica que a justiça não lê

Diz que é cega, mas o lado dos colegas ela sempre vê

Capitão, isso é um serviço pra você!




Deputado! Pede pra sair!

Pede pra sair, deputado!

Sabe o que você é? Um moleque, é isso que você é

Senador, pede pra sair!

(Desisto!)

Mais alto senador!

(Desisto!)

Vagabundo, cadê o dinheiro que você desviou dessa obra aqui?

(Eu não sei não!)

Fala, Vossa Excelência, é melhor falar!

(Eu não sei!)

Cadê a verba da merenda que sumiu?

02, o corrupto não quer falar não! Pode pegar o cabo de vassoura!

(Tá bom, eu vou falar, eu vou falar!)




Os corruptos cassados?

Nunca serão!

Cidadãos bem informados?

Nunca serão!

Hospitais bem equipados?

Nunca serão! Nunca serão!! Nunca serão!!!




Os impostos bem usados?

Nunca serão!

Os menores educados?

Nunca serão!

Todos alfabetizados?

Nunca serão! Nunca serão!! Nunca serão!!!




Conversei com o Nascimento que não pensa como eu penso mas pensando nós chegamos num consenso

Nós somos vítimas da violência estúpida que afeta todo mundo, menos esses vagabundos lá da cúpula corrupta hipócrita e nojenta

Que alimenta a desigualdade e da desigualdade se alimenta

Mantendo essa política perversa

Que joga preto contra branco, pobre contra rico e vice-versa

Pra eles isso é jogo, esse é o jogo

Se morre mais um assaltante ou mais um assaltado, tanto faz

Pra eles não importa, gente viva ou gente morta

É tudo a mesma merda

Os velhos nas portas dos hospitais, as crianças mendigando nos sinais

Pra eles nós somos todos iguais

Operários, empresários e presidiários e policiais

Nós somos os otários ideais

Enquanto a gente sua e morre

Só os bandidos de gravata seguem faturando e descansando em paz

Enquanto esses covardes continuam livres, nós só temos grades

Liberdade já não temos mais!




Nunca serão!

Nunca serão!

Nunca serão! Nunca serão!! Nunca serão!!!




Nunca serão!

Nunca serão!



Nunca serão! Nunca serão!! Nunca serão!!!

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Resultado de imagem para zé ninguém biquíni cavadão disco
Zé Ninguém
Biquini Cavadão

Quem foi que disse que amar é sofrer?
Quem foi que disse que Deus é brasileiro?
Que existe ordem e progresso
Enquanto a zona corre solta no congresso?
Quem foi que disse que a justiça tarda mas não falha?
Que se eu não for um bom menino, Deus vai castigar?

Os dias passam lentos
Aos meses seguem os aumentos
Cada dia eu levo um tiro
Que sai pela culatra
Eu não sou ministro, eu não sou magnata

Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo as leis são diferentes
Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo as leis são diferentes

Quem foi que disse que os homens nascem iguais?
Quem foi que disse que dinheiro não traz felicidade?
Se tudo aqui acaba em samba
No país da corda bamba, querem me derrubar!
Quem foi que disse que os homens não podem chorar?
Quem foi que disse que a vida começa aos quarenta?
A minha acabou faz tempo, agora entendo porque

Cada dia eu levo um tiro
Que sai pela culatra
Eu não sou ministro, eu não sou magnata

Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo as leis são diferentes
Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo as leis são diferentes
Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo as leis são diferentes
Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo as leis são diferentes

Os dias passam lentos
Os dias passam lentos

Cada dia eu levo um tiro
Cada dia eu levo um tiro
Eu não sou ministro, eu não sou magnata

Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo as leis são diferentes
Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo as leis são diferentes




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Resultado de imagem para perplexo paralamas do sucesso disco


Perplexo
Os Paralamas do Sucesso

Tentei te entender
Você não soube explicar
Fiz questão de ir lá ver
Não consegui enxergar

Desempregado, despejado, sem ter onde cair morto
Endividado sem ter mais com que pagar
Nesse país, nesse país, nesse país
Que alguém te disse que era nosso
Ah, ah, ah, ah...

Mandaram avisar
Que agora tudo mudou
Eu quis acreditar
Outra mudança chegou

Fim da censura, do dinheiro, muda nome, corta zero
Entra na fila de outra fila pra pagar
Quero entender, quero entender, quero entender
Tudo o que eu posso e o que não posso

Não penso mais no futuro
É tudo imprevisível
Posso morrer de vergonha
Mas eu ainda estou vivo

Segunda-feira, Terça-feira, Quarta-feira
Quinta-feira, Sexta-feira, Sábado de aleluia
Eu vou lutar, eu vou lutar
Eu sou Maguila, não sou Tyson.



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Resultado de imagem para país do futuro - camisa de vênus

O País do Futuro
Camisa de Vênus


Aqui não tem problema, só se você quiser
Este é o país do futuro, tenha esperança e fé
Todo dia lhe oferecem, sempre o melhor negócio
Vão levar a sua grana, vão lhe chamar de sócio
Vai ficar tudo bem, acredite em mim, meu filho
A gente aumenta o seu salário, dispara o gatilho
Aí, pra que você não reclame, e também pra que não esqueça
Dispararam o tal do gatilho, em cima da sua cabeça
Nós vamos outra vez, pro fundo do buraco
Você não tem vergonha, e eu já não tenho saco
E vamos outra vez, pro fundo do buraco
Você não tem vergonha, e eu já não tenho saco

No peito um crachá, na boca um sanduiche misto
Muito pouco aqui no bolso, mas muita fé em Jesus Cristo
Quem sabe ele se zanga, desce lá do Corcovado
Passa o cajado nessa corja, Deus também fica retado
Mas enquanto ele não vem, não vou ficar parado
Segure a onda meu irmão, que eu já tô injuriado 
Se você não me respeita, vou radicalizar
Meto a mão em seu focinho, eu tô cansado de apanhar
Nós vamos outra vez, pro fundo do buraco
Você não tem vergonha, e eu já não tenho saco
Estamos outra vez no fundo do buraco
Você não tem vergonha e eu já não tenho saco...

" E Molengueira, os "bandido" tão atirando
pra tudo que é lado meu irmão...
sai de baixo...
Mas minha conta na Suíça tá uma beleza...
tá engordando.... há, há"

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Violência Gera Violência

Candidato Caô Caô
Bezerra da Silva

Ele subiu o morro sem gravata
Dizendo que gostava da raça
Foi lá na tendinha
Bebeu cachaça
E até bagulho fumou
Jantou no meu barracão
E lá usou
Lata de goiabada como prato
Eu logo percebi
É mais um candidato
Para a próxima eleição

Fez questão de beber água da chuva
Foi lá no terreiro pediu ajuda
E bateu cabeça no congá
Mais ele não se deu bem
Porque o guia que estava incorporado
Disse esse político é safado
Cuidado na hora de votar

Também disse

Meu irmão se liga
No que eu vou lhe dizer
Hoje ele pede seu voto
Amanhã manda a polícia lhe bater

Meu irmão se liga
No que eu vou lhe dizer
Hoje ele pede seu voto
Amanhã manda os homem lhe prender

Hoje ele pede o seu voto

Amanhã manda a polícia lhe bater




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Resultado de imagem para zeca pagodinho acústico

Comunidade Carente
Zeca Pagodinho

Eu moro numa comunidade carente
Lá ninguem liga prá gente
Nós vivemos muito mal
Mas esse ano nós estamos reunidos
Se algum candidato atrevido
For fazer promesas vai levar um pau

Vai levar um pau prá deixar de caô
E ser mais solidário
Nós somos carentes, não somos otários
Prá ouvir blá, blá, blá em cada eleição

Nós já preparamos vara de marmelo e arame farpado
cipó-camarão para dar no safado que for pedir voto na jurisdição
É que a galera já não tem mais saco prá aturar pilantra
Estamos com eles até a garganta
aguarde pra ver a nossa reação


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Imagem relacionada

Vamo Comer (part. Luiz Melodia)
Caetano Veloso

Vamo comer
Vamo comer

Vamo comer
Vamo comer feijão
Vamo comer
Vamo comer farinha
Se tiver
Se não tiver então
Ô, ô, ô, ô

Vamo comer
Vamo comer faisão
Vamo comer
Vamo comer tempura
Se tiver
Se não tiver então
Ô, ô, ô, ô

Eu não sou
Deputado baiano
E, como dizia o outro
Não sou de reclamar
Mas se estamos
Nesse cano
Não consigo me calar

É um papo
De pelicano romântico
Aberto pro bico
De quem alcançar
Quem quiser ver
Quem quiser ouvir
Quem quiser falar

Vamo comer
Vamo comer, João
Vamo comer
Vamo comer, Maria
Se tiver
Se não tiver então
Ô, ô, ô, ô
Vamo comer
Vamo comer canção
Vamo comer
Vamo comer poesia
Se tiver
Se não tiver então
Ô, ô, ô, ô

O padre na televisão
Diz que é contra
A legalização do aborto
E a favor
Da pena de morte
Eu disse
"Não
Que pensamento torto"

E a pretexto
De aids, aids
Nunca se falou de sexo
Com tanta franqueza
E confiança
Mas é bom saber
O que dizer
E o que não dizer
Na frente das crianças

Merci beaucoup
Merci beaucoup, Bahia
Arigatô
Arigatô, Jamaica
E Trinidad
E Trinidad-Tobago
Ô, ô, ô, ô

Brigado Cuba
Thank you
Martinica
E Suriname
Belém do Grão-Pará
Y gracias, Puerto
Gracias Puerto Rico
Ô, ô, ô, ô

Baiano burro
Nasce, cresce
E nunca pára
No sinal
E quem pára
E espera o verde
É que é chamado
De boçal

Quando é que em vez
De rico ou polícia
Ou mendigo ou pivete
Serei cidadão
E quem vai equacionar
As pressões do PT
Da UDR
E fazer
Dessa vergonha
Uma nação

Vamo comer
Vamo comer

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Resultado de imagem para gabriel estudo errado

Estudo Errado
Gabriel O Pensador
  
– Atenção pra chamada! Aderbal?
- Presente!
- Aninha?
- Eu!
- Breno?
- Aqui!
- Carol?
- Presente!
- Douglas?
- Alô!
- Fernandinha?
- Tô aqui.
- Geraldo?
- Eu!
- Itamarzinho?
- Faltou.
- Juquinha?

Eu tô aqui pra quê?
Será que é pra aprender?
Ou será que é pra sentar, me acomodar e obedecer?
Tô tentando passar de ano pro meu pai não me bater
Sem recreio de saco cheio porque eu não fiz o dever
A professora já tá de marcação porque sempre me pega
Disfarçando, espiando, colando toda prova dos colegas
E ela esfrega na minha cara um zero bem redondo
E quando chega o boletim lá em casa eu me escondo
Eu quero jogar botão, vídeo-game, bola de gude
Mas meus pais só querem que eu "vá pra aula!" e "estude!"
Então dessa vez eu vou estudar até decorar cumpádi
Pra me dar bem e minha mãe deixar ficar acordado até mais tarde
Ou quem sabe aumentar minha mesada
Pra eu comprar mais revistinha (do Cascão?)
Não. De mulher pelada
A diversão é limitada e o meu pai não tem tempo pra nada
E a entrada no cinema é censurada (vai pra casa pirralhada!)
A rua é perigosa então eu vejo televisão
(Tá lá mais um corpo estendido no chão)
Na hora do jornal eu desligo porque eu nem sei nem o que é inflação
- Ué não te ensinaram?
- Não. A maioria das matérias que eles dão eu acho inútil
Em vão, pouco interessantes, eu fico pu..
Tô cansado de estudar, de madrugar, que sacrilégio
(Vai pro colégio!!)
Então eu fui relendo tudo até a prova começar
Voltei louco pra contar:

Manhê! Tirei um dez na prova
Me dei bem, tirei um cem e eu quero ver quem me reprova
Decorei toda lição
Não errei nenhuma questão
Não aprendi nada de bom
Mas tirei dez (boa filhão!)

Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi
Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi

Decoreba: esse é o método de ensino
Eles me tratam como ameba e assim eu não raciocino
Não aprendo as causas e conseqüências só decoro os fatos
Desse jeito até história fica chato
Mas os velhos me disseram que o "porque" é o segredo
Então quando eu num entendo nada, eu levanto o dedo
Porque eu quero usar a mente pra ficar inteligente
Eu sei que ainda não sou gente grande, mas eu já sou gente
E sei que o estudo é uma coisa boa
O problema é que sem motivação a gente enjoa
O sistema bota um monte de abobrinha no programa
Mas pra aprender a ser um ingonorante (...)
Ah, um ignorante, por mim eu nem saía da minha cama (Ah, deixa eu dormir)
Eu gosto dos professores e eu preciso de um mestre
Mas eu prefiro que eles me ensinem alguma coisa que preste
- O que é corrupção? Pra que serve um deputado?
Não me diga que o Brasil foi descoberto por acaso!
Ou que a minhoca é hermafrodita
Ou sobre a tênia solitária.
Não me faça decorar as capitanias hereditárias!! (...)
Vamos fugir dessa jaula!
"Hoje eu tô feliz" (matou o presidente?)
Não. A aula
Matei a aula porque num dava
Eu não aguentava mais
E fui escutar o Pensador escondido dos meus pais
Mas se eles fossem da minha idade eles entenderiam
(Esse num é o valor que um aluno merecia!)
Íííh... Sujô (Hein?)
O inspetor!
(Acabou a farra, já pra sala do coordenador!)
Achei que ia ser suspenso mas era só pra conversar
E me disseram que a escola era meu segundo lar
E é verdade, eu aprendo muita coisa realmente
Faço amigos, conheço gente, mas não quero estudar pra sempre!
Então eu vou passar de ano
Não tenho outra saída
Mas o ideal é que a escola me prepare pra vida
Discutindo e ensinando os problemas atuais
E não me dando as mesmas aulas que eles deram pros meus pais
Com matérias das quais eles não lembram mais nada
E quando eu tiro dez é sempre a mesma palhaçada

Manhê! Tirei um dez na prova
Me dei bem, tirei um cem e eu quero ver quem me reprova
Decorei toda lição
Não errei nenhuma questão
Não aprendi nada de bom
Mas tirei dez (boa filhão!)

Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi
Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi

Encarem as crianças com mais seriedade
Pois na escola é onde formamos nossa personalidade
Vocês tratam a educação como um negócio onde a ganância, a exploração, e a indiferença são sócios
Quem devia lucrar só é prejudicado
Assim vocês vão criar uma geração de revoltados
Tá tudo errado e eu já tou de saco cheio
Agora me dá minha bola e deixa eu ir embora pro recreio

Juquinha você tá falando demais assim eu vou ter que lhe deixar sem recreio!
Mas é só a verdade professora!

Eu sei, mas colabora se não eu perco o meu emprego


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Resultado de imagem para 175 gabriel pensador
175 Nada Especial
Gabriel O Pensador
  
Mais um dia mais um ônibus que eu peguei no rio
Um ônibus tranquilo Estava vazio
E a cidade engarrafada como não podia deixar de ser
Viagem demorada O que fazer?
Sem nenhuma mulher por perto pra bater um papo esperto
Resolvi escrever um rap a mais, Mas não estou bem certo
sobre o que eu vou rimar - Diz aí trocador - (Ah sei lá)
Então eu vou no instinto pego um papel e vamos vê o quê que dá
Foi nesse instante em que eu olhei pela janela
E que susto eu levei Era ela A inflação estampada na vitrine
Atingiu meu coração E deu vontade de partir pro crime
Porque o que eu quero comprar já não dá mais
A não ser que eu faça como fez o Ferrabrás (Quem?)
Então eu tento esquecer Continuar a rimar
Mas o que eu vejo do outro lado é duro de acreditar
Mas é real E a realidade dói demais
São dois mendigosse matando pelos restos mortais
De um cachorro qualquer que foi atropelado
E vai virar rango e se der Talvez seja assado
(Hmmesses nojentos gostam disso?) - Não arrombado
Aquilo é um ser humano que chamaram de descamisado
- Um desesperado Um brasileiro como eu
Que deve sempre perguntar (Será que existe mesmo Deus?)
Não é o pensador que vai tentar responder
Eu continuo rimando tentando esquecer
Porque esse rap não é sobre nada especial
É o rap do 175 que eu peguei na central
E de repente o ônibus começou a encher
Entrou mais gente Houve um tumulto Alguém gritou e eu olhei pra ver
(Quê que é isso? Quê que tá pegando? Quê que tá havendo?)
(É um assalto malandro! Será que você ainda não tá percebendo?)
O desespero do trabalhador começou E eu também tentava esconder meu dinheiro quando alguém falou(Libera esse aí que é o Pensador mané!)
Mas eles eram meus fãs Então levaram meu boné
(Autografado né Pensador se liga!)
Alguns acharam que eu era cúmplice Quase deu briga
Mas a viagem prosseguiu e os ladrões desceram
E aí a raiva que subiu na cabeça dos passageiros
E o mais injuriado era um bigodudo
Que tinha ganhado o salário (Eles levaram tudo)
Entraram dois PMs pelaporta da frente
Estufando o peito e olhando pra gente Impondo respeito
Mas os ladrões já tavam longe Num tinha mais jeito
Pra priorar levaram o bigodudo como suspeito - Ele era preto -
Coisas desse tipo é difícil esquecer
Mas eu vou continuar porque eu já disse a você que
Esse rap não é sobre nada especial
É o rap do 175 que eu peguei na central
Agora estamos passando pela praia de Copacabana
Travestis e prostitutas se acabando por grana
E os gringos vão achando aquilo tudo bacana
(O Brasil é um paraíso! As mulheres são boas de cama)
Ô gringo não força Deixa de ser imbecil
Você que vem lá de fora quer entender do Brasil
(Ha ..."O Brasil é um paraíso! - É mole?- E o inferno é onde?!)
-(Peraí Pensador)
E por falar em paraíso Olha que loucura
Subiu no coletivo uma estranhíssima figura
Com uma bíblia na mão e uma cara de débil mental
Pregando a enganação da Igreja Universal
(Ou será que era alguma outra igreja dessas?Ah num faz mal Igreja de enganar otário é tudo igual)
E o coitado foi soltando aquele papo de crente
Eu rezando: Deus me dê paciência!
Mas o pentelho desceu pra alegria da gente
E na saída do ônibus sofreu um acidente
Se distraiu e foi atropelado pelo caminhão
Morreu esmagado com a bíblia na mão
(É morreu? Melhor doque viver nessa ilusão Num queria Deus? Foi pro céu Então) - (Numsei não)
Enquanto todos se benziam com pena do crente
Eu fui rimando Bola pra frente
Porque esse rap não é sobre nada especial
É o rap do 175 que eu peguei na central
E eu percebi que o trocador ficou fazendo careta
Prum coroa que passou por debaixo da roleta
Era um senhor de óculos,barba branca ...
Ei Peraí (Ei professor O quê que o senhor táfazendo aqui? Quê que houve? Foi assaltado? Perdeu o dinheiro?)
-(Não ... É ... sabe oquê que é ... Eu já gastei o salário inteiro)
Hm Hm mudei de assunto ele já tava encabulado
No meio do mês o salário dele já tinha acabado
Era o meu ex-professor da escola(Coitado)
Tá fudido e mal pago Daqui a pouco tá pedindo esmola
Ele é um mestre Um baú de sabedoria
Esse num é o valor que um professor merecia
Profissional de primeira importância pro nosso futuro
Ninguém mais quer ser professor pra num viver duro
E ele desceu em outra escola pra dar mais aula
(É que eu trabalho nos três turnos Chego em casa e ainda corrijo prova) - Tchau professor - (Tchau Pensador)
Desceu mais um trabalhador que tá numa de horror
Mas esse rap não é sobre nada especial
É o rap do 175 que eu pegueina central
E nós agora estamos passando pelo bairro de São Conrado
E como o tempo tá fechando eu tô ficando preocupado Ih! Choveu!
Pronto tudo alagado
Uns vão nadando Outros morrendo afogados
E enquanto na favela tem barraco caindo
Não é que passa o Prefeito sorrindo
E se o nosso ex-presidente estivesse aqui
Ele estaria certamente num belíssimo jet-ski
Mas como nós não temos embarcação pra todo mundo
Essa triste situação tá parecendo o Fim do mundo
Pra quem tá de carro Pra quem tá de ônibus
Nessa Rio-Babilônia No Brasil do abandono
E enquanto os governantes vão boiando sorridentes
Vamos remando Bola pra frente
Porque esse rap não é sobre nada especial
É o rap do 175 que eu peguei na central
E o pior de tudo é que nessa grande viagem
Nada disso do que aconteceu foi novidade
E as autoridades estão defecando
Pro que acontece ao cidadão brasileiro no seu cotidiano
Porque pra eles isso não é nada especial
No dos outros é refresco Num faz mal
E fecham os olhos pro que até cego já viu:
O revoltante retrato da vida urbana no Brasil!
E eu não me refiro ao 175 ou qualquer linha da central
Eu tô falando do dia a dia a qualquer hora em qualquer local

Porque esse rap não é sobre nada especial...

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Resultado de imagem para quebra cabeça gabriel pensador
Sem Saúde
Gabriel O Pensador
  

Pelo amor de Deus alguém me ajude!
Eu já paguei o meu plano de saúde
mas agora ninguém quer me aceitar
E eu tô com dô, dotô, num sei no que vai dá!
Emergência! Eu tô passando mal
Vô morrer aqui na porta do hospital
Era mais fácil eu ter ido
direto pro Instituto Médico Legal
Porque isso aqui tá deprimente, doutor
Essa fila tá um caso sério
Já tem doente desistindo de ser atendido
e pedindo carona pro cemitério
E aí, doutor? Vê se dá um jeito!
Se é pra nós morrê nós qué morrê direito
Me arranja aí um leito que eu num peço mas nada
Mas eu num sou cachoro pra morrer na calçada
Eu tô cansado de bancar o otário
Eu exijo pelo menos um veterinário

Me cansei de lero lero
Dá licença mas eu vou sair do sério
Quero mais saúde
Me cansei de escutar...

"Doutor, por favor, olha o meu neném!
Olha doutor, ele num tá passando bem!
Fala, doutor! O que é que ele tem!?"
- A consulta custa cem.
"Ai, meu Deus, eu tô sem dinheiro"
- Eu também! Eu estudei a vida inteira pra ser doutor
Mas ganho menos que um camelô
Na minha mesa é só arroz e feijão
Só vejo carne na mesa de operação
Então eu fico 24 horas de plantão
pra aumentar o ganha pão
Uma vez, depois de um mês sem dormir,
fui fazer uma cirurgia
E só depois que eu enfiei o bisturi
eu percebi que eu esqueci da anestesia
O paciente tinha pedra nos rins
E agora tá em coma profundo
A família botou a culpa em mim
E eu fiquei com aquela cara de bunda
Mas esse caso não vai dar em nada
Porque a arma do crime nunca foi encontrada
O bisturi eu escondi muito bem:
Esqueci na barriga de alguém

Me cansei de lero lero
Dá licença mas eu vou sair do sério
Quero mais saúde
Me cansei de escutar...

Socorro! Enfermeira! Urgente!
Tem uma grávida parindo aqui na frente!
...Ninguém me deu ouvidos
E eu dei um nó no umbigo do recém-nacido
Mas o berçario tá cheio então eu fico
com o bebê no meu colo aqui no meio da rua
E lá dentro o doutor tá botando o paciente no colo:
- "Por favor, fique nua!"
"Quê isso doutor?! Tem certeza?"
- "Confie em mim. É terapia chinesa. Tira a roupa!"
"Mas é só dor de dente"
- "Então abre a boca! (Ahhh) Beleza!"
"Ai, doutor, tá doendo!"
- "É isso mesmo, o que arde cura"
"Não! Pára! Não! Pára doutor! Não pára, doutor! Ai... Que loucura!!!)
- "Pronto, passou, tudo bem.
Volta na semana que vem!"
Ela vai voltar pra procurar o doutor
Essa vai voltar, pode escrever!
Mas só daqui a nove meses,
com um filho da consulta na barriga querendo nascer

Me cansei de lero lero
Dá licença mas eu vou sair do sério
Quero mais saúde
Me cansei de escutar...

Que calamidade!
Dos bebês que nascem virados pra lua
e conseguem um lugar na maternidade
A infecção hospitalar mata mais da metade
E os que sobrevivem e não são sequestrados
devem ser tratados com todo o cuidado
Porque se os pais não tem dinheiro pra pagar hospital
uma simples diarreia pode ser fatal
- "Come tudo, meu filho, pra ficar bem forte"
"Ah, mãe! Num aguento mais farinha!"
- "Mas o quê que tu quer? Se eu num tenho nem talher?"
"Pô, faz um prato diferente, maínha!"
- "Eu ia fazer a tal da 'autopsia'
mas eu não tenho faca de cozinha!!"
Tá muito sinistro! Alô, prefeito, governador, presidente, ministro, traficante, Jesus Cristo, sei lá...
Alguma autoridade tem que se manifestar!
Assim num dá! Onde é que eu vou parar?
Numa clínica pra idosos? Ou debaixo do chão?
E se eu ficar doente? Quem vem me buscar?
A ambulância ou o rabecão?
Eu Tô sem segurança, sem transporte, sem trabalho, sem lazer
Eu num tenho educação, mas saúde eu quero ter
Já paguei minha promessa, não sei o que fazer!
Já paguei os meus impostos, não sei pra quê?
Eles sempre dão a mesma desculpa esfarrapada:
"A saúde pública está sem verba"
E eu num tenho condições de correr pra privada

Eu já tô na merda.




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Resultado de imagem para zé ramalho nação nordestina
O Meu País
Zé Ramalho

Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas fico calado, faz de conta que sou mudo

Um país que crianças elimina
Que não ouve o clamor dos esquecidos
Onde nunca os humildes são ouvidos
E uma elite sem Deus é quem domina

Que permite um estupro em cada esquina
E a certeza da dúvida infeliz
Onde quem tem razão baixa a cerviz
E massacram-se o negro e a mulher

Pode ser o país de quem quiser
Mas não é, com certeza, o meu país

Um país onde as leis são descartáveis
Por ausência de códigos corretos
Com quarenta milhões de analfabetos
E maior multidão de miseráveis

Um país onde os homens confiáveis
Não têm voz, não têm vez, nem diretriz
Mas corruptos têm voz e vez e bis
E o respaldo de estímulo incomum

Pode ser o país de qualquer um
Mas não é com certeza o meu país

Um país que perdeu a identidade
Sepultou o idioma português
Aprendeu a falar pornofonês
Aderindo à global vulgaridade

Um país que não tem capacidade
De saber o que pensa e o que diz
Que não pode esconder a cicatriz
De um povo de bem que vive mal

Pode ser o país do carnaval
Mas não é com certeza o meu país

Um país que seus índios discrimina
E as ciências e as artes não respeita
Um país que ainda morre de maleita
Por atraso geral da medicina

Um país onde escola não ensina
E hospital não dispõe de raio - x
Onde a gente dos morros é feliz
Se tem água de chuva e luz do sol

Pode ser o país do futebol
Mas não é com certeza o meu país

Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, fico calado, faz de conta que sou mudo

Um país que é doente e não se cura
Quer ficar sempre no terceiro mundo
Que do poço fatal chegou ao fundo
Sem saber emergir da noite escura

Um país que engoliu a compostura
Atendendo a políticos sutis
Que dividem o Brasil em mil Brasis
Pra melhor assaltar de ponta a ponta

Pode ser o país do faz-de-conta
Mas não é com certeza o meu país

Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, fico calado, faz de conta que sou mudo



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Resultado de imagem para Titãs Jesus não Tem Dentes no País dos Banguelas

Desordem,
Titãs

Os presos fogem do presídio
Imagens na televisão
Mais uma briga de torcidas
Acaba tudo em confusão
A multidão enfurecida
Queimou os carros da polícia
Os presos fogem do controle
Mas que loucura esta nação!
Não é tentar o suicídio
Querer andar na contramão?
Quem quer manter a ordem?
Quem quer criar desordem?
Não sei se existe mais justiça
Nem quando é pelas próprias mãos
População enlouquecida
Começa então o linchamento
Não sei se tudo vai arder
Como algum líquido inflamável
O que mais pode acontecer
Num país pobre e miserável?
E ainda pode se encontrar
Quem acredite no futuro
Quem quer manter a ordem?
Quem quer criar desordem?
É seu dever manter a ordem?
É seu dever de cidadão?
Mas o que é criar desordem,
Quem é que diz o que é ou não?
São sempre os mesmos governantes
Os mesmos que lucraram antes
Os sindicatos fazem greve
Porque ninguém é consultado
Pois tudo tem que virar óleo
Pra por na máquina do estado
Quem quer manter a ordem?
Quem quer criar desordem?


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América Brasil

Trabalhador
Seu Jorge
  

Está na luta, no corre-corre, no dia-a-dia
Marmita é fria mas se precisa ir trabalhar
Essa rotina em toda firma começa às sete da manhã
Patrão reclama e manda embora quem atrasar

Trabalhador
Trabalhador brasileiro
Dentista, frentista, polícia, bombeiro
Trabalhador brasileiro
Tem gari por aí que é formado engenheiro
Trabalhador brasileiro
Trabalhador

E sem dinheiro vai dar um jeito
Vai pro serviço
É compromisso, vai ter problema se ele faltar
Salário é pouco, não dá pra nada
Desempregado também não dá
E desse jeito a vida segue sem melhorar

Trabalhador
Trabalhador brasileiro
Garçom, garçonete, jurista, pedreiro
Trabalhador brasileiro
Trabalha igual burro e não ganha dinheiro
Trabalhador brasileiro

Trabalhador




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Resultado de imagem
Um Trem Pras Estrelas
Cazuza

São sete horas da manhã
Vejo Cristo da janela
O sol já apagou sua luz
E o povo lá embaixo espera
Nas filas dos pontos de ônibus
Procurando aonde ir
São todos seus cicerones
Correm pra não desistir
Dos seus salários de fome
É a esperança que eles tem
Neste filme como extras
Todos querem se dar bem
Num trem pras estrelas
Depois dos navios negreiros
Outras correntezas
Estranho o teu Cristo, Rio
Que olha tão longe, além
Com os braços sempre abertos
Mas sem proteger ninguém
Eu vou forrar as paredes
Do meu quarto de miséria
Com manchetes de jornal
Pra ver que não é nada sério
Eu vou dar o meu desprezo
Pra você que me ensinou
Que a tristeza é uma maneira
Da gente se salvar depois
Num trem pras estrelas
Depois dos navios negreiros
Outras correntezas


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Identidade
Ederaldo Gentil

05342635 é o meu número o meu nome Minha identidade Minimo salário é o meu ordenado 12 horas de trabalho Que felicidade, que felicidade Acordo sem dormir Faço pelo sinal Ouço o radinho de pilha Pra saber do horário Preparo quase nada E levo na marmita Vou dependurado e os sinais fechando Chego atrasado, é cortado o dia São tanto os descontos Que nem mesmo sei Me falam de vantagens que eu jamais ganhei É o INPS, FGTS IRSS, o seguro e o PIS Com trinta de trabalho Estou aposentado E com mais de 70 Eu penso ser feliz



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Resultado de imagem para moleque gonzaguinha
Dias de Santos e Silva
Gonzaguinha


O dia subiu sobre a cidade Que acorda e se põe em movimento Um despertador bem barulhento Badala, bem dentro, em meu ouvido Levanto, engulo o meu café Corro e tomo a condução Que, como sempre, vem cheia, Anda, para e me chateia Está quente pra chuchu, Meu calo dói, A certeza já me rói, Levo bronca do patrão Mas, sonhei E fiz a fé no avestruz Que vai me dar uma luz Levo uma nota pra mão A tarde transcorre calma e quente Nas ruas, ao sol, fervilha gente Batalham, como eu, o leite e o pão Que o gato bebeu e o rato roeu Aumenta tudo, aumenta o trem Aumenta o aluguel e a carne também É... mas, sei, vai melhorar Pior que tá não dá pra ficar Ah, meu Deus, Se o avestruz der na cabeça Vou ganhar dinheiro à beça, Faço minha redenção E vou lá dentro, No escritório do patrão Peço aumento, ele não dá, Mostro a grana e a demissão A noite desceu sobre a cidade Nas filas, calor suor cansaço Meu corpo está que é só bagaço E se está de pé é de teimoso Eu, desejando minha cama Furam a fila e alguém reclama: Louvaram a mãe do rapaz Que diz que faz e desfaz E só falta uma briguinha E eu ir para o xadrez Pobre não tem mesmo vez Não dá sorte ou dá azar E o danado do avestruz Também não deu Minha mulher vai reclamar O dinheiro que era seu E o danado do avestruz Também não deu Minha mulher vai reclamar O dinheiro que era seu Que o gato comeu O rato roeu Alguém se lambeu...
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Resultado de imagem para Curumin JapanPopShow

Mal Estar Card
Curumin
  

Cadê a minha fatia do filé?
O osso é duro de roer
Cadê a minha fatia do filé?
O osso é duro de roer

Tamo aí na resistência
Mantendo a procedência
Confundindo o sistema
Modulando as freqüências

Não se põe em cheque a necessidade
De luta por igualdade
Aqui não aceitamos Credicard
Acreditam no bit-bat

Cadê a minha fatia do filé?
O osso é duro de roer
Cadê a minha fatia do filé?
O osso é duro de roer

Corrupção no Brasil: acima de 1 bilhão de reais ao ano
Guerra no Iraque: 300 bilhões de dólares até hoje
Lucros bancário: Mais de 6 bilhões só no primeiro trimestre
Nunca vi alguém ficar rico sem pisar na cabeça dos outros
Enquanto isso, milhões e milhões de pessoas vivem abaixo da linha de pobreza
Nem tudo o dinheiro pode comprar
Para todas as outras eu apresento o meu Mal Estar Card

Cadê a minha fatia do filé?
O osso é duro de roer
Cadê a minha fatia do filé?
O osso é duro de roer

Tamo aí na resistência
Mantendo a procedência
Confundindo o sistema
Modulando as freqüências

Não se põe em cheque a necessidade
De luta por igualdade
Aqui não aceitamos Credicard
Acreditamos no bit-bat

Cadê a minha fatia do filé?
O osso é duro de roer
Cadê a minha fatia do filé?
O osso é duro de roer

Divide o din din, divide o din din
Divide o din din, divide o din din
Divide o din din, divide o din din
Divide o din din, divide o din din
Divide o din din, divide o din din

Divide o din din, divide o din din

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O Gás Acabou
Luiz Americo
  
O gás acabou, tem pouca comida,
Acabou meu dinheiro
Pagamento está longe,
Ainda não pintou o décimo terceiro
As pratinhas do Zé
Que ele juntou pra comprar a chuteira
Se o vale gorar
Já dá pra inteirar a despesa da feira

E aqui estou eu
Pedindo carona pra ir trabalhar
Pensando na nega mãe dos meus moleques
Que nunca se queixa
E está sempre a cantar
Seja lá o que Deus quiser

Pobre é esse sofrimento
Recebe só vale no seu pagamento 

O dia de ontem, somado ao de hoje é a mesma rotina
E pra disfarçar minha distração é o boteco da esquina
Conversa fiada, que não leva a nada só pra distrair
E a gente se cansa, depois vai pra casa jantar e dormir

E aqui estou...




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Resultado de imagem para zumbido paulinho da viola



Pode Guardar As Panelas
Paulinho da Viola
  
exibições
10.137
Você sabe que a maré
Não está moleza não
E quem não fica dormindo de touca
Já sabe da situação
Eu sei que dói no coração
Falar do jeito que falei
Dizer que o pior aconteceu
Pode guardar as panelas
Que hoje o dinheiro não deu

Dei pinote adoidado
Pedindo emprestado e ninguém emprestou
Fui no seu Malaquias
Querendo fiado mas ele negou
Meu ordenado apertado, coitado, engraçado
Desapareceu
Fui apelar pro cavalo, joguei na cabeça
Mas ele não deu

Você sabe que a maré
Não está moleza não
E quem não fica dormindo de touca
Já sabe da situação
Eu sei que dói no coração
Falar do jeito que falei
Dizer que o pior aconteceu
Pode guardar as panelas
Que hoje o dinheiro não deu

Para encher a nossa panela, comadre
Eu não sei como vai ser
Já corri pra todo lado
Fiz aquilo que deu pra fazer
Esperar por um milagre
Pra ver se resolve essa situação
Minha fé já balançou

Eu não quero sofrer outra decepção

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Resultado de imagem para a dança do desempregado gabriel disco
Dança do Desempregado
Gabriel O Pensador
  

Essa é a dança do desempregado
Quem ainda não dançou tá na hora de aprender
A nova dança do desempregado
Amanhã o dançarino pode ser você

E vai levando um pé na bunda vai
Vai por olho da rua e não volta nunca mais
E vai saindo vai saindo sai
Com uma mão na frente e a outra atrás
E bota a mão no bolsinho (Não tem nada)
E bota a mão na carteira (Não tem nada)
E bota a mão no outro bolso (Não tem nada)
E vai abrindo a geladeira (Não tem nada)
Vai porcurar mais um emprego (Não tem nada)
E olha nos classificados (Não tem nada)
E vai batendo o desespero (Não tem nada)
E vai ficar desempregado

Essa é a dança do desempregado
Quem ainda não dançou tá na hora de aprender
A nova dança do desempregado
Amanhã o dançarino pode ser você

E vai descendo vai descendo vai
E vai descendo até o Paragüai
E vai voltando vai voltando vai
"Muamba de primeira olhaí quem vai?"
E vai vendendo vai vendendo vai
Sobrevivendo feito camelô
E vai correndo vai correndo vai
O rapa tá chegando olhaí sujô!...
E vai rodando a bolsinha (Vai, vai!)
E vai tirando a calcinha (Vai, vai!)
E vai virando a bundinha (Vai, vai!)
E vai ganhando uma graninha
E vai vendendo o corpinho (Vai, vai!)
E vai ganhando o leitinho (Vai, vai!)
É o leitinho das crianças (Vai, vai!)
E vai entrando nessa dança

Essa é a dança do desempregado
Quem ainda não dançou tá na hora de aprender
A nova dança do desempregado
Amanhã o dançarino pode ser você

E bota a mão no bolsinho (Não tem nada)
E bota a mão na carteira (Não tem nada)
E não tem nada pra comer (Não tem nada)
E não tem nada a perder
E bota a mão no trinta e oito e vai devagarinho
E bota o ferro na cintura e vai no sapatinho
E vai roubar só uma vez pra comprar feijão
E vai roubando e vai roubando e vai virar ladrão
E bota a mão na cabeça!! (É a polícia)
E joga a arma no chão E bota as mãos nas algemas
E vai parar no camburão
E vai contando a sua história lá pro delegado
"E cala a boca vagabundo malandro safado"
E vai entrando e olhando o sol nascer quadrado
E vai dançando nessa dança do desempregado

Essa é a dança do desempregado
Quem ainda não dançou tá na hora de aprender
A nova dança do desempregado

Amanhã o dançarino pode ser você



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Imagem relacionada
A Cidade Contra o Crime
Gonzaguinha

Estava dando uns bordejos pelaí
Quando de repente a figura apareceu
E dentre tantos me escolheu
Mas o barulho da cidade está
tão grande que eu não pude nem ouvir
quando o pinta me rendeu
Não se move aí, Ô meu
Mas que pinóia, eu, o rei da paranóia
que não largo a minha bóia
mesmo quando estou a pé
Como é que eu dou esse azarão
Eu faço parte desse medo coletivo
já não sai nem se confio na polícia ou no ladrão
(A barra não tá mole não, ladrão já tem que andar
Com plaqueta de identificação
a dita anda dura mesmo com a abertura)
O cara disse:
Fica quieto Vai tirando toda a roupa
De conforme o que está no meu direito
E eu só via defeito
A que eu vestia estava todo emburacada
remendada, esfarrapada, bem puída no maltrato
Vou tentar fazer um trato
Pensei depressa aonde estava aquela quina
que sobrou do meu trocado que hoje
chamam de salário Trabalhador tu é otário
E foi aí que eu notei que o pivete
Tremia muito mais que eu tava, pela bola sete
Olhei melhor pro salafrário
Notei que a arma que o fulano segurava
era meio que chegada a um cheiro de sabão
Na rapidez meti a mão
O trinta e oito se partiu em mil pedaços
E o coitado do palhaço ficou meio em ação
Aproveitei a confusão
Mandei que ele desvestisse a roupinha
Tá mais limpa que a minha inclusive a santinha
Não esquece a sunguinha, heim Ô
Ele chorava de bobeira me mostrando a carteira
que continha a exploração de seu patrão
Me livra dessa meu irmão que eu não tive opção
A galinha comeu pipoca em cima da minha solução
Tá caro tudo no meu lado já não sei o que é feijão
mas acontece meu amigo que eu também tô a nenem
A concorrência oficial não tá deixando p'rá ninguém



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É Esse Aí Que é o Homem
Foi o Dr. Delegado Que Disse
Bezerra da Silva


Foi seu doutor delegado que disse
Ele disse assim, está piorando
Até filho de bacana, hoje em dia está roubando

E na semana passada quase perdi a patente
Só porque grampeei um rapaz boa pinta
Em Copacabana botando pra frente
Deu um flagrante perfeito mais o meu direito foi ao léu
O esperto além de ter a costa quente
Ainda era filho de um coronel

E o comissário do dia disse assim já é demais
Vou sair na capitura desse tal de satanás
O meu livro de ocorrência
A cada dia está aumentando
Eu também prendi um pastor com a Bíblia na mão
Em um supermercado roubando





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Resultado de imagem para eu queria ser uma bala de mel gabriel
Bala Perdida
Gabriel O Pensador
  

Bom dia, mulher 
Me beija, me abraça, me passa o café
E me deseja "Boa sorte"
Que seja o que Deus quiser
Porque eu tô indo pro trabalho com medo da morte
Nessas horas eu queria ter um carro-forte
Pra poder sair de casa de cabeça erguida
E não ser encontrado por uma bala perdida
Querida, eu sei que você me ama
Mas agora não reclama, eu tenho que ir 
Não se esqueça de botar as crianças debaixo da cama na hora de dormir 
Fica longe da janela e não abre essa porta, não importa o motivo
Por favor, meu amor, eu não quero encontrar você morta se eu voltar pra casa vivo
Mas se eu não voltar não precisa chorar
Porque levar uma bala perdida hoje em dia é normal
Bem mais comum do que morte natural
Nem dá mais capa de jornal
Tchau! Se eu demorar, não precisa me esperar pra jantar
E pode começar a rezar 
Pra variar estamos em guerra
Pra variar...
Quem tá na chuva é pra se molhar 
Quem brinca com fogo pode se queimar 
Mas eu num quero ser mais um nas estatísticas
Num quero que meu corpo vire atração turística
Ensanguentado, vítima de um crime sem culpado, encaminhado prum exame de balística
Todo dia morrem dois ou três
Eu só quero saber quando vai ser a minha vez
Onde será?
No circo, na praia, no supermercado, na mesa do bar?
Ou na fila do banco?
No trem da central?
No ponto de ônibus?
Parado no sinal? 
Ou assistindo TV, na segurança do lar?
Onde será que uma bala perdida vai me achar?
Se eu pudesse escolher eu morreria dormindo sem sentir muita dor
Eu sei que eu ainda sou muito novo pra morrer mas outro dia esse desejo quase se realizou:
Uma bala de fuzil se perdeu num tiroteio e veio parar no meio do meu travesseiro
Só não me acertou em cheio porque eu tava com prisão de ventre, no banheiro
Atualmente eu já me deito esperando o pior
E pra facilitar eu já durmo de paletó
Meu caixão também tá pronto atrás da porta, enrolado com a bandeira do Brasil
E quando eu sonho com o futuro eu acordo inseguro
Escutando mais um tiro de fuzil
Pra variar estamos em guerra
Pra variar...
Eu sou uma bala perdida, uma bala desgraçada
Inofensiva, feito uma criança abandonada
Eu estou sendo injustiçada
Não sou culpada
Se eu tô aqui é porque eu fui disparada
Eu não queria entrar na arma mas o dedo foi mais forte
O dedo me pôs na arma, puxou o gatilho, então porque que eu sou responsabilizada pela morte?
Eu gostaria de ser uma bala de mel 
Feita com amor, embrulhada num papel
Mas vocês me fizeram pra acabar com a vida 
Desde que eu nasci eu sou uma bala perdida
Eu sempre fui perdida, por natureza
Até num suicídio ou em legítima defesa 
A maioria ainda nem percebeu:
Vocês tão muito mais perdidos do que eu.
Pra variar estamos em guerra
Pra variar...


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http://encontroradical.blogspot.com.br/2009/09/um-sonho-de-gilberto-gil.html
Resultado de imagem para parabolicamará
Um Sonho
Gilberto Gil

Eu tive um sonho Que eu estava certo dia Num congresso mundial Discutindo economia Argumentava Em favor de mais trabalho Mais emprego, mais esforço Mais controle, mais-valia Falei de pólos Industriais, de energia Demonstrei de mil maneiras Como que um país crescia E me bati Pela pujança econômica Baseada na tônica Da tecnologia Apresentei Estatísticas e gráficos Demonstrando os maléficos Efeitos da teoria Principalmente A do lazer, do descanso Da ampliação do espaço Cultural da poesia Disse por fim Para todos os presentes Que um país só vai pra frente Se trabalhar todo dia Estava certo De que tudo o que eu dizia Representava a verdade Pra todo mundo que ouvia Foi quando um velho Levantou-se da cadeira E saiu assoviando Uma triste melodia Que parecia Um prelúdio bachiano Um frevo pernambucano Um choro do Pixinguinha E no salão Todas as bocas sorriram Todos os olhos me olharam Todos os homens saíram Um por um Um por um Um por um Um por um Fiquei ali Naquele salão vazio De repente senti frio Reparei: estava nu Me despertei Assustado e ainda tonto Me levantei e fui de pronto Pra calçada ver o céu azul Os estudantes E operários que passavam Davam risada e gritavam: "Viva o índio do Xingu! "Viva o índio do Xingu! Viva o índio do Xingu! Viva o índio do Xingu! Viva o índio do Xingu!"


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Resultado de imagem para raul abre-te sesamo

Aluga-se
Raul Seixas

A solução pro nosso povo Eu vou dá Negócio bom assim Ninguém nunca viu Tá tudo pronto aqui É só vim pegar A solução é alugar o Brasil!... Nós não vamo paga nada Nós não vamo paga nada É tudo free! Tá na hora agora é free Vamo embora Dá lugar pros gringo entrar Esse imóvel tá prá alugar Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!... Os estrangeiros Eu sei que eles vão gostar Tem o Atlântico Tem vista pro mar A Amazônia É o jardim do quintal E o dólar dele Paga o nosso mingau... Nós não vamo paga nada Nós não vamo paga nada É tudo free! Tá na hora agora é free Vamo embora Dá lugar pros gringo entrar Pois esse imóvel está prá alugar Alugar! Ei! -Grande Solução!... Nós não vamo paga nada Nós não vamo paga nada Agora é free! Tá na hora é tudo free Vamo embora Dá lugar pros outro entrar Pois esse imóvel tá prá alugar Ah! Ah! Ah! Ah! Nós não vamo paga nada Nós não vamo paga nada Agora é free! Tá na hora é tudo free Vamo embora Dá lugar pros gringos entrar Pois esse imóvel Está prá alugar... Está Prá Alugar Meu Deus! Nós não vamo paga nada! Nós não vamo paga nada! É tudo free! Vamo embora!


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Resultado de imagem para eu sou todos nós zé ramalho

Sem Terra
Zé Ramalho

A bandeira vermelha se moveu
É um povo tomando posição
Deixe o medo de tudo pra depois
Puxe a faca, desarme sua mão
Fique muito tranqüilo pra lutar
Desamarre a linha da invasão
A reforma está vindo devagar
Desembocar no rio da razão
Disparada de vacas e de bois
É o povo tomando posição
É o povo tomando direção




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Resultado de imagem para velô caetano veloso
Língua
Caetano Veloso

Gosto de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar a criar confusões de prosódias
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior?
E deixe os Portugais morrerem à míngua
Minha pátria é minha língua
Fala Mangueira! Fala!

Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode esta língua?

Vamos atentar para a sintaxe dos paulistas
E o falso inglês relax dos surfistas
Sejamos imperialistas! Cadê? Sejamos imperialistas!
Vamos na velô da dicção choo-choo de Carmem Miranda
E que o Chico Buarque de Holanda nos resgate
E (xeque-mate) explique-nos Luanda
Ouçamos com atenção os deles e os delas da TV Globo
Sejamos o lobo do lobo do homem
Lobo do lobo do lobo do homem
Adoro nomes
Nomes em ã
De coisas como rã e ímã
Ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã
Nomes de nomes
Como Scarlet, Moon, de Chevalier, Glauco Mattoso e Arrigo Barnabé
e Maria da Fé

Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode esta língua?

Se você tem uma idéia incrível é melhor fazer uma canção
Está provado que só é possível filosofar em alemão
Blitz quer dizer corisco
Hollywood quer dizer Azevedo
E o Recôncavo, e o Recôncavo, e o Recôncavo meu medo
A língua é minha pátria
E eu não tenho pátria, tenho mátria
E quero frátria
Poesia concreta, prosa caótica
Ótica futura
Samba-rap, chic-left com banana

(Será que ele está no Pão de Açúcar?
Tá craude brô
Você e tu
Lhe amo
Qué queu te faço, nego?
Bote ligeiro!
Ma'de brinquinho, Ricardo!? Teu tio vai ficar desesperado!
Ó Tavinho, põe camisola pra dentro, assim mais pareces um espantalho!
I like to spend some time in Mozambique
Arigatô, arigatô!)

Nós canto-falamos como quem inveja negros
Que sofrem horrores no Gueto do Harlem
Livros, discos, vídeos à mancheia
E deixa que digam, que pensem, que falem



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Resultado de imagem



Querelas do Brasil
Elis Regina


O Brazil não conhece o Brasil
O Brasil nunca foi ao Brazil
Tapir, jabuti, liana, alamandra, alialaúde
Piau, ururau, aqui, ataúde
Piá, carioca, porecramecrã
Jobim akarore Jobim-açu
Oh, oh, oh

Pererê, câmara, tororó, olererê
Piriri, ratatá, karatê, olará

O Brazil não merece o Brasil
O Brazil ta matando o Brasil
Jereba, saci, caandrades
Cunhãs, ariranha, aranha
Sertões, Guimarães, bachianas, águas
E Marionaíma, ariraribóia,
Na aura das mãos de Jobim-açu
Oh, oh, oh

Jererê, sarará, cururu, olerê
Blablablá, bafafá, sururu, olará

Do Brasil, SoS ao Brasil
Do Brasil, SoS ao Brasil
Do Brasil, SoS ao Brasil

Tinhorão, urutu, sucuri
O Jobim, sabiá, bem-te-vi
Cabuçu, Cordovil, Cachambi, olerê
Madureira, Olaria e Bangu, Olará
Cascadura, Água Santa, Acari, Olerê
Ipanema e Nova Iguaçu, Olará
Do Brasil, SoS ao Brasil
Do Brasil, SoS ao Brasil



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O Poeta Não Morreu

Brasil
Cazuza


Não me convidaram
Pra esta festa pobre
Que os homens armaram
Pra me convencer
A pagar sem ver
Toda essa droga
Que já vem malhada
Antes de eu nascer

Não me ofereceram
Nem um cigarro
Fiquei na porta
Estacionando os carros
Não me elegeram
Chefe de nada
O meu cartão de crédito
É uma navalha

Brasil!
Mostra tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil!
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim

Não me convidaram
Pra essa festa pobre
Que os homens armaram
Pra me convencer
A pagar sem ver
Toda essa droga
Que já vem malhada
Antes de eu nascer

Não me sortearam
A garota do Fantástico
Não me subornaram
Será que é o meu fim?
Ver TV a cores
Na taba de um índio
Programada
Prá só dizer "sim, sim"

Brasil!
Mostra a tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil!
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim

Grande pátria
Desimportante
Em nenhum instante
Eu vou te trair
Não, não vou te trair

Brasil!
Mostra a tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil!
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim

Brasil!
Mostra a tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil!
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim

Confia em mim
Brasil





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_______  abrideira, agreste, açude, arara
Bandeira, buteco, Brizola, branquinha, Brazília, badalha
Chacrinha, Churrasco, baiano, café, carnaval, carestia 
Didi, ____________ descamisada, doença de democracia
Elis, Elizeth, Flamengo, Funarte
Gonzaga, Garrincha, gari, ________ , Guanabara
O Brasil está mostrando a cara
Meu Brasil está mostrando a cara

História, Henfl, Hospital, harmonia, habeas corpus
Imposto, inflação, Iemanjá, Ipanema, Império, Iara
Jari, Jamelão, Juriti, jabuti, Jabuticaba, jangada
Lalau, Lampião, laranjal, Lapa, Lula, lombriga, lambada
______________, malandro, Niemeyer, novela
_____________ do Iapoque e odara     
O Brasil está mostrando a cara
Meu Brasil está mostrando a cara

Pagode, piranha, Bexiga, Pixote, poupança, bolada
Quilombo, quadrilha, Quarup,  queixada, quiabo, quimbanda 
Rocinha, rabada, repique, ralé, Raoni, rapadura
Saber, sabiá, ______, sapoti, saideira, secura
Torneira, __________ , ____________ vagalume
Xaxado, zabumba e o mar que não para
O Brasil está mostrando a cara
Meu Brasil está mostrando a cara




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http://turmaamais.blogspot.com.br/2011/12/analise-fado-tropical-de-chico-buarque.html

http://analisedeletras.com.br/chico-buarque/fado-tropical/

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Fado Tropical
Chico Buarque

Oh, musa do meu fado,
Oh, minha mãe gentil,
Te deixo consternado
No primeiro abril,

Mas não sê tão ingrata!
Não esquece quem te amou
E em tua densa mata
Se perdeu e se encontrou.
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal:
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal!

"Sabe, no fundo eu sou um sentimental. Todos nós herdamos no sangue lusitano uma boa dosagem de lirismo ( além da sífilis, é claro). Mesmo quando as minhas mãos estão ocupadas em torturar, esganar, trucidar, o meu coração fecha os olhos e sinceramente chora..."

Com avencas na caatinga,
Alecrins no canavial,
Licores na moringa:
Um vinho tropical.
E a linda mulata
Com rendas do alentejo
De quem numa bravata
Arrebata um beijo...
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal:
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal!

"Meu coração tem um sereno jeito
E as minhas mãos o golpe duro e presto,
De tal maneira que, depois de feito,
Desencontrado, eu mesmo me contesto.

Se trago as mãos distantes do meu peito
É que há distância entre intenção e gesto
E se o meu coração nas mãos estreito,
Me assombra a súbita impressão de incesto.

Quando me encontro no calor da luta
Ostento a aguda empunhadora à proa,
Mas meu peito se desabotoa.

E se a sentença se anuncia bruta
Mais que depressa a mão cega executa,
Pois que senão o coração perdoa".

Guitarras e sanfonas,
Jasmins, coqueiros, fontes,
Sardinhas, mandioca
Num suave azulejo
E o rio Amazonas
Que corre trás-os-montes
E numa pororoca
Deságua no Tejo...
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal:
Ainda vai tornar-se um império colonial!
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal:
Ainda vai tornar-se um império colonial!




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Resultado de imagem para simone desejos
Dr. Getúlio
Simone
  
Foi o chefe mais amado da nação
Desde o sucesso da revolução
Liderando os liberais
Foi o pai dos mais humildes brasileiros
Lutando contra grupos financeiros
E altos interesses internacionais
Deu início a um tempo de transformações
Guiado pelo anseio de justiça
E de liberdade social
E depois de compelido a se afastar
Voltou pelos braços do povo
Em campanha triunfal

Abram alas que Gegê vai passar
Olha a evolução da história
Abram alas pra Gegê desfilar
Na memória popular

Foi o chefe mais amado da nação
A nós ele entregoui seu coração
Que não largaremos mais
Não, pois nossos corações hão de ser nossos
A terra, o nosso sangue, os nossos poços
O petróleo é nosso, os nossos carnavais
Sim, puniu os traidores com o perdão
E encheu de brios todo o nosso povo
Povo que a ninguém será servil
E partindo nos deixou uma lição
A Pátria, afinal, ficar livre
Ou morrer pelo Brasil

Abram alas que Gegê vai passar
Olha a evolução da história
Abram alas pra Gegê desfilar
Na memória popular


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Resultado de imagem para antimaldito jorge mautner














A Bandeira do Meu Partido  
Jorge Mautner












A bandeira do meu partido
é vermelha de um sonho antigo
cor da hora que se levanta
levanta agora, levanta aurora!

Leva a esperança, minha bandeira
tú és criança a vida inteira
toda vermelha, sem uma listra
minha bandeira que é socialista!

Estandarte puro, da nova era
que todo mundo espera, espera
coração lindo, no céu flutuando
te amo sorrindo, te amo cantando!

Mas a bandeira do meu Partido
vem entrelaçada com outra bandeira
a mais bela, a primeira
verde-amarela, a bandeira brasileira.




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Menino Mimado
Criolo


Não, eu não aceito essa indisciplina
Acho que você não me entendeu
Meus meninos são o que você teceu
Em resistência ao mundo que Deus deu
E eu não aceito, não

Não, eu não aceito essa indisciplina
Acho que você não me entendeu
Meus meninos são o que você teceu
Em resistência ao mundo que Deus deu

Então pare de correr na esteira e vá correr na rua
Veja a beleza da vida no ventre da mulher
Pois quem não vive em verdade, meu bem, flutua
Nas ilusões da mente de um louco qualquer
E eu não aceito, não

Não, eu não aceito essa indisciplina
Acho que você não me entendeu
Meus meninos são o que você teceu
Em resistência ao mundo que Deus deu

Eu não quero viver assim, mastigar desilusão
Este abismo social requer atenção
Foco, força e fé, já falou meu irmão
Meninos mimados não podem reger a nação

Eu não quero viver assim, mastigar desilusão
Este abismo social requer atenção
Foco, força e fé, já falou meu irmão
Meninos mimados não podem reger a nação
Meninos mimados não podem reger a nação

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Resultado de imagem para Ana & Jorge CD



Zé do Caroço
Seu Jorge
  

No serviço de auto-falante
Do morro do Pau da Bandeira
Quem avisa é o Zé do Caroço
Que amanhã vai fazer alvoroço
Alertando a favela inteira

Aí como eu queria que fosse em mangueira
Que existisse outro Zé do Caroço
Pra falar de uma vez pra esse moço
Carnaval não é esse colosso
Nossa escola é raiz, é madeira

Mas é o Morro do Pau da Bandeira
De uma Vila Isabel verdadeira
E o Zé do Caroço trabalha
E o Zé do Caroço batalha
E que malha o preço da feira

E na hora que a televisão brasileira
Destrói toda gente com a sua novela
É que o Zé bota a boca no mundo
Ele faz um discurso profundo
Ele quer ver o bem da favela

Está nascendo um novo líder
No morro do Pau da Bandeira
Está nascendo um novo líder
No morro do Pau da Bandeira
No morro do Pau da Bandeira
No morro do Pau da Bandeira

Lelelelê Lelelelelelelelelê

Lelelelê Lelelelelelelelelê


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Resultado de imagem para gonzaguinha corações marginais


É
Gonzaguinha
  
É!
A gente quer valer o nosso amor
A gente quer valer nosso suor
A gente quer valer o nosso humor
A gente quer do bom e do melhor...

A gente quer carinho e atenção
A gente quer calor no coração
A gente quer suar, mas de prazer
A gente quer é ter muita saúde
A gente quer viver a liberdade
A gente quer viver felicidade...

É!
A gente não tem cara de panaca
A gente não tem jeito de babaca
A gente não está
Com a bunda exposta na janela
Prá passar a mão nela...

É!
A gente quer viver pleno direito
A gente quer viver todo respeito
A gente quer viver uma nação
A gente quer é ser um cidadão
A gente quer viver uma nação...

É! É! É! É! É! É! É!...

É!
A gente quer valer o nosso amor
A gente quer valer nosso suor
A gente quer valer o nosso humor
A gente quer do bom e do melhor...

A gente quer carinho e atenção
A gente quer calor no coração
A gente quer suar, mas de prazer
A gente quer é ter muita saúde
A gente quer viver a liberdade
A gente quer viver felicidade...

É!
A gente não tem cara de panaca
A gente não tem jeito de babaca
A gente não está
Com a bunda exposta na janela
Prá passar a mão nela...

É!
A gente quer viver pleno direito
A gente quer viver todo respeito
A gente quer viver uma nação
A gente quer é ser um cidadão
A gente quer viver uma nação
A gente quer é ser um cidadão
A gente quer viver uma nação
A gente quer é ser um cidadão

A gente quer viver uma nação...